sábado, 20 de dezembro de 2014

10 Melhores Discos de 2014 - Por Tiago Bald

10) The New Pornographers - Brill Bruisers



É bem verdade que este não é nem de longe o melhor disco do The New Pornographers, mas eu não resisto em colocar a banda capitaneada por Carl Newman - ou A. C. Newman, como ele se autodenomina na carreira solo - entre os 10 mais. Se o álbum não chega a ser tão retumbante como o Mass Romantic (2000), ou mesmo o espetacular Twin Cinema (2005), ainda assim é capaz de entregar algumas das mais saborosas canções de 2014, como é o caso de Fantasy Fools, War on the East Coast e Champinos of Red Wine. Para quem é fã, indispensável. Para quem ainda não conhece, não deixa de ser um bom começo.

9) Interpol - El Pintor



Os fãs de Interpol costumam dizer que o Turn on the Bright Lights (2002) é um dos melhores discos da década passada, muito por conta de seu caráter soturno, com letras enigmáticas. Os mesmos fãs também costumam dizer que muito da graça da banda se foi embora a partir de Antics (2004), quando o grupo liderado por Paul Banks assumiu de vez um caráter mais pop. Se você não se importa tanto com isso, vai encontrar em El Pintor uma das melhores obras da banda. Já sem o baixista Carlos Dengler, o conjunto se mantém sombrio mas abraça de vez os refrões, que se tornam irrepreensíveis em canções como My Desire e Everything is Wrong.

8) Skank - Velocia



Sempre que o Skank lança um disco, a gente pensa: "lá vem o Samuel Rosa de novo, não acredito que ele seja capaz de lançar algum bom material novamente" e, PIMBA, sempre acabamos quebrando a cara. Tão bom ou até melhor do que discos como Maquinarama (2000) ou o Cosmotron (2003), Velocia chega com aquele potencial sonoro de sempre, capaz de misturar reggae, pop, rock, axé e até hip hop - como no caso de Multidão, composta em parceria com B-Negão. Se você quiser se antecipar as rádios, pode começar a ouvir músicas como Alexia, Do Mesmo Jeito, Esquecimento, Ela Me Deixou e Périplo (uma das mais bacanas no ano).

7) Real Estate - Atlas



Se não chega a ser tão ensolarado e divertido quanto Days (2011), a empreitada anterior do Real Estate, o álbum Atlas, novamente entrega canções que nos fazem sorrir ao mergulhar em um ambiente de sonoridade primaveril, capaz de ganhar o ouvinte já na primeira audição. No disco sai um pouco aquele clima de "pé na areia no fim de tarde", para entrar divagações sobre amores perdidos, volta pra casa e a vizinhança em um dia cinza. Ainda assim, é praticamente impossível não sorrir ao escutar pérolas musicais tão saborosas e bem produzidas como Talking Backwards, Past Lives e The Bends.

6) St. Vincent - St. Vincent



Com uma sonoridade que mais parece uma mistura de Tori Amos e Sarah McLachlan, mas com uma embalagem mais dançante, o St. Vincent, com o homônimo quarto álbum, tem chamado a atenção até daqueles que desconfiavam desse negócio de "mais uma banda com uma mulher a frente". Além do imenso potencial sonoro da vocalista Annie Erin Clark, ainda há, como atrativos, uma coleção de canções pop, repletas de críticas ao mundo virtual (Digital Witness), provocações de cunho religioso (I Prefer Your Love), amores deixados pra trás (Severed Crossed Fingers) e dias em que parece termos "nascido ao contrário" (Birth in Reverse).

5) Banda do Mar - Banda do Mar


Ao juntar forças, Mallu Magalhães e Marcelo Camelo lançaram, com a Banda do Mar, um dos discos mais bacanas desse ano. Camelo, em alguns momentos, parece reproduzir aquilo que de melhor o Los Hermanos fazia em hits como Hey Nana e Pode Ser. Mas vamos combinar que é a Mallu, que torna esse álbum ainda melhor. Amadurecida desde o disco Pitanga (2011), a cantora se entrega em composições ao mesmo tempo singelas (Muitos Chocolates) e imponentes (como no caso da divertida Mia). O futuro parece incerto, mas, momentaneamente, a Banda do Mar parece ter vindo pra ficar. Ao menos nos corações dos ouvintes.

4) Jack White - Lazaretto



Você pode até não gostar do Jack White, mas é preciso respeitar um número alcançado pelo artista: Lazaretto, lançado em vinil, foi o disco mais vendido dos últimos 20 anos, no formato. Bom, se isso não significa nada, na prática, é preciso que se diga: é um BAITA ÁLBUM! Dando continuidade as sonoridades experimentadas em Blunderbuss (2012), o líder do White Stripes se junta a um time de músicos para compilar uma coleção de canções saborosíssima - e que mesclam o rock clássico dos anos 60, com blues e eletrônica. Tente não sorrir ao escutar Temporary Ground, Just One Drink e That Black Bat Licorice. Não tem como.

3) Spoon - They Want My Soul



Há uma piada que diz que, um fã de boa e moderna música, perguntado sobre qual o melhor disco do Spoon, teria dito: o último. Bom, pode até ser que essa anedota não seja lá verdadeira, mas se já não bastasse a banda comandada por Britt Daniel ter arrebatado os fãs, com discos como Girls Can Tell (2001), Kill the Moonlight (2002) e Ga Ga Ga Ga Ga (2007), com They Want My Soul, o grupo parece, inclusive, aprimorar aquilo que já havia feito em trabalhos anteriores. Inside Out, Rent i Pay, Knock, Knock, Knock e Do You, são verdadeiras gemas para serem ouvidas continuamente no repeat. Indispensável.

2) O Terno - O Terno



Vamos combinar que só a letra de Desaparecido - que fala de um pai que, desesperado pela morte do filho tenta "reconstruí-lo", ao melhor estilo Frankenstein -, canção que fecha o segundo disco d'O Terno, já seria o suficiente para incluir os paulistas no Top 10. O álbum dá continuidade as divertidas experiências apresentadas no disco anterior, 66 (2012), quando o grupo liderado por Tim Bernardes, apresentou ao mundo pérolas como Zé, Assassino Compulsivo e Enterrei Vivo. Com um pouco mais de maturidade - pero perdendo, como de praxe, a ternura - os guris misturam jovem guarda, rock clássico e música de vanguarda em uma coleção de hits sacanas e divertidos.

1) TV On the Radio - Seeds



O TV On the Radio é o responsável por um dos melhores discos dos anos 2000, Dear Science (2008), que se você ainda não ouviu, corra! Com Seeds, o grupo liderado por Tunde Adebimpe dá continuidade a série de bons discos que mistura jazz, soul e rock. A diferença para o anterior, Nine Types of Light (2011), é que nesse disco, além do já reconhecido referencial do grupo, há um grande potencial sonoro (e até radiofônico) das composições. É tudo muito bom de ouvir. Careful You, Could You, Happy Idiot, Love Stained, Winter... são músicas que te pegam de um jeito impossível de desgrudar. Pra curtir, afaste o sofá da sala. Pode ser uma boa medida.

3 comentários:

  1. cade o players das músicas?

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  2. aquela lista mastigadinha, pra dar play e ver se é bom ou não?

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    1. Prezado Anônimo, estamos estudando a possibilidade de colocar o player em posts mais extensos devido aos mesmos sobrecarregarem a página, tornando-a de difícil acesso (principalmente em smartphones ou tablets que não possuem uma capacidade de processamento tão boa). Vale ressaltar que os álbuns são facilmente encontrados para audição em sites como Deezer, Spotify, Rdio... Um abraço e obrigado por participar!

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